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Cenário de Campanha para D&D: Boikner


 

A incontáveis anos, quando deuses antigos andavam sobre as terras, surgiram os primeiros povos. Cada um deles era obra de um desses deuses: anões, elfos, halflings, gnomos, orcs, goblins e gigantes. Buscavam um lar para si e prosperam em paz.

              Então os deuses se foram abandonando a terra aos seus filhos, ainda que os ouvissem e atendessem através de seus servos. Cada povo viveu tranqüilo até a primeira guerra; a grande batalha pelo fogo, quando orcs atacaram os inventivos gnomos, tentando escravizá-los e obter o segredo das chamas. Os demais povos reagiram com horror e revolta: anões, elfos e halflings se uniram aos gnomos para derrotar os orcs. Os gnomos agradecidos repartiram seu segredo com seus aliados e assim começou a civilização e seus artefatos produzidos com ferro e em fornos.


              Aos poucos cada raça aprendeu coisas diferentes: anões a cavar e produzir itens de metais; elfos a fazer arte e descobrir os segredos da natureza; halflings aprenderam culinária, jogos e a contar belas histórias. As raças selvagens permaneceram na ignorância e à parte dos povos civilizados, ocasionalmente roubando e destruindo. Os gigantes foram exceção e aprenderam segredos com anões e elfos. Com o tempo os gigantes entraram em guerra com os anões, por conhecimento e terras. Os elfos não ajudaram os anões nessas guerras gerando a inimizade que impera até hoje.


              A paz veio com o tempo e mesmo assim com a intervenção dos deuses. Eles enviavam novos filhos para aprender e ensinar os povos ancestrais. Até que surgiram os humanos. Dizem que todos os deuses se uniram para criá-los, por isso são tão diversos entre si.


              Nessa época os elfos descobriram os segredos da magia arcana. Para os anões ela era uma coisa aberrante; para os halflings e gnomos era algo a ser evitado. Somente os humanos se interessaram e aprenderam com os elfos. E uma era de paz dominou o mundo. Com a combinação de talentos e aprendizado com outras raças não demorou muito para os humanos desenvolverem novos segredos: política, filosofia, religião,... e armas, guerras e destruição.


              Um reino foi criado sob a supervisão de um idealista humano que buscava unir seu povo e ter paz. Em reposta outros se organizaram: anões, gigantes e até os ogros e goblins. Nesta época nasceram muitas das cidades que ainda hoje perduram e houve grande desenvolvimento.


              Mas a guerra assolou novamente as terras, somente o cenário era diferente. O sul enfrentava as Hordas do Caos. Os anões não enviaram ajuda para vingar-se dos elfos, que com a ajuda dos humanos e magias poderosas expulsaram a Horda para o leste. O legado dessa batalha foi o Deserto dos Ossos (hoje voltou a ser uma floresta).


Loren Jan, Arquimaga Suprema da corte de Woni, o Justo.


Era das Guerras


Eu poderia falar com você até o amanhecer sobre essa época. Meus antepassados viveram cada momento, a muito tempo, sim senhor! Os humanos de Kay-Lang atual Kay-Pong, lutaram contra os gigantes de Zanzunu. No sul, orcs contra elfos, e bárbaros humanos contra anões e animais. Após isso, dragões contra Kay-Lang. Lamentamos muito a guerra com os dragões pela morte do grande mago humano Pong-Ty, um grande aliado dos anões. Caçamos todos os dragões que pudemos encontrar, mas os bastardos fugiram para outras terras ao sul e nas terras da Horda.


              O tempo passava e sempre havia uma guerra. E tudo culminou no tirano Mútilus, o guerreiro impiedoso. Em sua juventude ele assassinou seu pai para tornar-se rei de Souclone e dominou as cidades próximas.



  Ninguém poderia imaginar que ele era instrumento de um deus maligno, que nem lembro mais o nome. O problema só foi detectado quando Kay-lang investiu em guerra contra a tirania e foi derrotado com magias poderosas. Com o reino humano subjugado Mútilus oferece aliança à Zanzunu e a chance de escravizar seus antigos inimigos. Os bastardos gigantes aceitaram e em menos de três anos todo o oeste e as ilhas estavam sob domínio do tirano. Sua ambição não tinha limites e ele marchou para o sul. Ele dominou as montanhas, mas não as cavernas e sempre lutamos contra ele. E verdade seja dita, os elfos também não se renderam e nunca deixaram de lutar.


              Muitos povos se uniram vendo a sua destruição iminente chegar. Os deuses devem ter ajudado porque nessa época surgiram as Magias Elementais, o Conselho dos Dragões e o salvador Xortanus. Sim, devemos nossa vida à ele, mas que todos se lembrem que fomos nós que forjamos sua armadura e armas com o material mágico que ele nos dera. Temos orgulho disso, com certeza, e fomos os primeiros a libertar irmãos das prisões de Mútilus.


              Ali começou a queda do tirano. Ele massacrou em resposta todos os outros prisioneiros que possuía. Ainda lembro das palavras de meu avô e seu olhar emocionado ao relatar o ocorrido. Demorou cinco anos para que o maldito reino de terror desmoronasse. E quando ele caiu fizemos questão de enterrá-lo!


Cwellmur, rei de Tuplack, chefe do clã Ébuli.


A época de Xortanus foi gloriosa e perigosa; nesse período surgiram muitos novos poderes e maldições, novas magias. Mesmo após a derrota de Mútilus os reinos demoraram a alcançar a paz tão merecida. Após longo período de uma paz conseguida a grande custo, as batalhas recomeçaram. O inimigo éramos nós mesmos: pai contra filho, amigo contra amigo. Tudo por causa das religiões e dos deuses. Um massacre religioso no norte se transformou numa onda de fanatismo através do mundo todo. O bem contra o mal, o caos contra a ordem: essa guerra é eterna, talvez sem nunca alcançar um fim derradeiro. Foi uma época trágica, mas como um furacão, acabou passando e deixando a calmaria.


              E após essa calma um novo mal ergueu-se no sul; com ele a Magia Elemental de Fogo. Mas também um grupo de heróis corajosos o suficiente para combatê-lo, já que exércitos nada significavam contra seus soldados de fogo. O clérigo louco Arsenal colecionava mágica e cidades em sua ânsia de poder.


              Com esperteza e (por que não?) sorte, os heróis derrotaram a magia maligna que dava poder à Arsenal. Mas os três filhos dele continuaram o legado do pai. A guerra se tornou aberta em várias frentes, inclusive com os três brigando entre si. Aos poucos foram derrotados e os ferimentos desses confrontos a pouco tempo se fecharam dando lugar a outros que não pararam de sangrar.


Zeandil, Clérigo da cidade de Meyax


A Era dos Homens


O retorno de Mútilus após as guerras com Arsenal e seus filhos foram uma dura prova para todos os envolvidos, além de um grande problema para todas as raças. Voltamos da ilha maldita e tentamos viver como qualquer mortal de Boikner, mas os deuses nos negaram esse prazer.


              Vi a morte do mundo e lutei por ele, assim como muitos de minha raça e de outras. Os deuses desceram ao nosso mundo, lutando entre si por adoração e poder, alguns para serem castigados por crimes contra as pessoas mortais. Pelo menos é o que pude concluir de minhas pesquisas nos últimos cem anos. A grande batalha atraiu para o mundo o Cataclismo.


              O mundo ficou louco: chuvas, terremotos, fogo do céu,... A terra se modificou a ponto de lugares sumirem, outros alterarem-se; poucos locais não foram atingidos. Cidades inteiras foram tragadas pelo mar, milhares morreram em toda parte.


              E quando tudo acabou os deuses tinham sumido. Ninguém lembrava seus nomes, símbolos, ídolos ou representações. Textos sagrados apagaram-se e nada restou que documentasse sua passagem pelos reinos. Lembrávamos que havia um deus da cura ou outro para a magia, mas nada além disso.


 A própria magia se modificou de alguma forma. Descobriu-se como codificar mágica arcana em elaborados desenhos rúnicos que podiam ser tatuados no mago. Os clérigos eram atendidos em suas orações, mas não se sabia por quais deuses. Inúmeros cultos surgiram, outros tantos morreram.


              E essa ficou conhecida como a Era dos Homens. Os deuses nos abandonaram anos atrás, restando nós mesmos e nossa sabedoria. Escrevi para reunir um pouco das histórias do passado, para lembrar. Elas vão nos ensinar tudo o que precisamos saber para construir um futuro mais promissor.


              Escrevo para que meus antigos companheiros não sejam esquecidos. Lutamos muitas batalhas em nome de todas as raças e esse ideal de união e paz não deve se perder. Força, honra e coragem nos guiaram e de todos apenas nós, os elfos, estamos vivos para contar a história: Eros, Kaldor e eu.


              Homenageio: Ektor, Jala, Pike, Karok, Lobo, Shiamato, Rorn, Thor, Kiske, Nuggin, Andrius Folk, Yoda, Malmsteen, El de Sila, Athar Moblock. Escrevo por vocês e para que todos saibam da verdade!


Dent de Oxho, Guerreiro Arcano de Oxho.

 

 Essa é a introdução do cenário de campanha de Boikner, um mundo de magia elemental forte e heróis corajosos; um lugar repleto de tesouros, dragões e intrigas secretas.


Estaremos divulgando partes do cenário e sua história a cada semana, para que vocês possam se aventurar nessas terras em suas próprias aventuras!

- Alex Matner

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